Defendendo a Fisioterapia!!!



Aproximadamente mil Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais de várias cidades brasileiras se reuniram em Brasília, no gramado em frente ao Congresso Nacional, na manhã do dia 25 de novembro, realizando manifestação pacífica e bem organizada. Os profissionais vieram à Capital apresentar aos parlamentares, gestores públicos e à população em geral seus anseios por dignidade, remuneração justa e uma saúde pública de qualidade. Na pauta de reivindicação, três pontos principais:


Defender a aprovação do Projeto de Lei que inclui Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais no Programa Saúde da Família, o PSF, do Governo Federal (PL 4261/04, da deputada Gorete Pereira-PR/CE);
Pedir a aprovação do Projeto de Lei que trata do piso salarial das duas profissões (PL 5393/09, do deputado Mauro Nazif, PSB/RO);
Defender a adoção de “Referencial de Honorário” próprio dos Fisioterapeutas e dos Terapeutas Ocupacionais, o RNHF aprovado em Resolução do Coffito.
Havia representantes de todos os Crefitos. Os manifestantes foram acompanhados por policiais militares em motos e viaturas, que seguiam à frente para liberar o trânsito e evitar acidentes. Do Congresso Nacional, seguiram a pé até o prédio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), local da I Conferência Nacional da Fisioterapia e da Terapia Ocupacional pela defesa da Dignidade Humana e da Saúde da População,programada para a tarde. A passeata começou às 11 da manhã e durou uma hora, sem incidentes e revelando o entusiasmo e a união dos participantes.

RESPOSTA DE UM FISIOTERAPEUTA AO ATO MÉDICO!

"Caros senhores favoráveis ao Ato Médico, Se o grande problema é "prescrever", por favor, preciso que me prescrevam um tratamento fisioterapêutico para um paciente de 45 anos com uma tendinopatia crônica do tendão do músculo supra-espinhoso, apresentando calcificação no tendão. Ele apresenta história ocupacional de trabalho com elevação dos >membros superiores acima do nível da cabeça (é vendedor de loja de roupas).Como é ex-jogador de voleibol, desenvolveu lesão do nervo supra-escapular, >que culminou numa atrofia do músculo infra-espinhoso. Devido a distúrbios hormonais, desenvolveu osteoporose. Na avaliação, apresentou restrição da mobilidade da cápsula posterior do ombro, fraqueza dos músculos rotadores internos do úmero (grau 3), além de fraqueza de serrátil anterior e trapéziofibras inferiores (graus 4 para os dois músculos). A articulação esterno-clavicular também tem sua mobilidade diminuída.

Continuando...
O que devo fazer, Dr.? Como posso fazer para restaurar a mobilidade da articulação?
O que é mais indicado: mobilização articular ou alongamento?
No caso de ser mobilização, que grau devo utilizar?
No caso de ser alongamento, é preferível o alongamento ser estático ou balístico?
Ou seria melhor utilizar de contração-relaxamento?
Qual o tempo adequado de manutenção do alongamento?
Ou será que é tudo contra-inidcado, devido à osteoporose?

Com relação ao fortalecimento dos rotadores internos do úmero, qual exercício seria mais indicado para fortalecer o músculo sub-escapular, importante na estabilização dinâmica da articulação gleno-umeral?
Devo usar thera-band, halteres, resistência manual ou simplesmente realizar exercícios ativos livres?
Com relação ao serrátil anterior qual exercício seria mais indicado?Push-ups? Protração resistida? Exercícios ativos apenas, simulando atividades funcionais e procurando evitar movimentos escapulares anormais?
Tudo isso? Nada disso? E se ele utilizar de compensações para a realização dos exercícios, como devo proceder?

Com relação ao trapézio inferior, é melhor fazer o exercício contra ou a favor da gravidade? Devo ou não utilizar de movimentos ativo-assistidos?
Qual o melhor exercício?
Existe tal exercício?
No caso da restrição da articulação esterno-clavicular, é necessário corrigir essa alteração de mobilidade? Se for, é possível corrigí-la? Como proceder. Tem contra-indicações ou precauções?

Não podemos esquecer de tratar também o tecido lesado (tendão do supra-espinhoso). Ele apresenta dor moderada ao elevar o membro superior D acima de 90 graus, que diminui a praticamente zero ao abaixar o braço.
É necessára analgesia? Se for, que forma TENS?
Qual a modulação (frequência, comprimento de onda, duração e intensidade)?
Ou será que crioterapia é melhor? Em qual forma de aplicação? Por quanto tempo? Ou será que nenhuma analgesia é necessária?
O que posso fazer para estimular o reparo do tendão?
US q(uantos MHz? Quantos W/cm2? Por quanto tempo? Onde aplicar?), Laser (qual a intensidade? duração? tem contra-indicações?), exercícios (excêntricos, concêntricos, isométricos, resisitidos, livres? quantas séries e repetições? Qual o intervalo entre séries? Quantos RM? Devo fazer todos os dias ou não? É contra-indicado exercício?). Como posso fazer um exercício para supra-espinhoso?

Por favor, repassem essa mensagem com urgência para todos os médicos com competência para me ajudar, pois estou com o paciente afastado do trabalho por invalidez e continuo aguardando a "prescrição médica da fisioterapia", já que sem a "prescrição médica", segundo o ato médico, não posso fazer nada $e nós todos os brasileiros, inclusive os médicos estamos pagando para ele não trabalhar. Não deixemos esse afastametno virar aposentadoria!Concluindo: Sim ao ato médico, desde que os médicos estudem na faculdade todo o conteúdo que outras 13 profissões da área de saúde têm em seu currículo."
Marco Tulio Saldanha dos Anjos
Fisioterapeuta CREFITO-4 51246-F

Este questionamento enfatiza a importancia do conhecimento fisioterapêutico em relação ao conhecimento médico que se julga tão superior ao criar o "Ato Medico" que pretende deixar todos os atendimentos dependentes do aval do médico.